Respeito às Artes Plásticas

Respeito às Artes Plásticas

Artigo escrito em agosto de 2010

Mogi das Cruzes é uma cidade com tradições nas artes plásticas, embora grande parte dos mogianos não a conheça ou não valorizem. Começamos com a iconografia dos Bandeirantes que esta baseada pela pintura de Jean Baptiste Debret na obra “Soldados índios de Mogi das Cruzes combatendo os botocudos”, publicada em seu livro “Viagens pitoresca e histórica ao Brasil” de 1835. O que é considerado a única referencia do vestuário dos Bandeirantes, onde aparece o gibão que figura em nosso Brasão.

A imortalização das bandeirinhas de  Volpi, inspiradas nas festas de São João de Mogi, o artista Chang Dai-Chien, que viveu na Cidade, cuja vida e obra foram uma a imagem da outra, colocando suas obras expressionistas entre os maiores pintores chineses. Existem tantos outros artistas plásticos que viveram e ainda vivem em Mogi, e que fizeram suas expressões ultrapassarem as fronteiras da cidade e do país.

 Artistas que vivem no anonimato da Cidade fazendo sucesso no exterior e que nem mesmo a Secretaria de Cultura e seus departamentos sabem.

Entendemos que por mais que haja esforços por parte da Secretária da Cultura, ela não consegue atingir a classe dos artistas plásticos da Cidade, pois como sabemos, existe a falta de uma Política Cultural ampla e a falta de escutar e executar as determinações do Conselho de Cultura Municipal constituído, fazendo com que alguns segmentos das artes fiquem as margens do processo cultural e artístico da Cidade.

Considerando que a administração esta em contagem regressiva para os 450 anos da Cidade, é importante o resgate dos artistas plásticos que por aqui passaram ou viveram, atendendo as reivindicações dos artistas por um local especifico para exposições das artes plásticas.

A Criação de uma Pinacoteca Municipal, que é um local específico para exposições de artes plásticas na Cidade, é o desejo dos artistas, dos cidadãos e uma obrigação moral para a Administração executar nas comemorações dos 450 anos.

Paulo Pinhal

Bancários em greve

Artigo escrito em Setembro de 2016

BANCÁRIOS EM GREVE

O ser humano é fácil de ser manipulado…

Quem ganha e quem perde com uma paralisação dos Bancários?

Se pensar um pouco quem sai ganhando desta é o “Banqueiro”, pois tudo leva crer que os Sindicatos já estão macunados com os Banqueiros, pois a cada greve é possível testar a eficiência de todos os sistemas que existem on-line ou outras formas para que as pessoas possam resolver os seus problemas de Bancos.

A cada greve mais e mais gente acaba aprendendo a lidar com caixas eletrônicos e pagamentos via internet ou celular, fazendo com que quando voltar as atividades normais comecem a ir menos ás agencias.

Com menos gente nas agencias existe o fator de readequação interna dos Bancos, que acabam desligando funcionários (demissão) aos poucos por conta de não ser mais necessário nas agencias.

Se os sindicatos quisessem resolver os problemas dos bancários, poderiam pedir para que os bancários fossem mais eficientes nos atendimentos provando o quanto é necessário para o sistema.

Mas como eu disse, os bancários estão de Maria vai com as outras e acham que estão causando.

Quem sofre neste processo são as pessoas humildes que tem um dinheirinho e que ainda acreditam que tudo se resolve em agencia.

Estas coisas precisam mudar. Para mim todos os Sindicatos já estão viciados.

Paulo Pinhal

Manifesto a favor da arte em Mogi das Cruzes.

Manifesto a favor da arte em Mogi das Cruzes.

Artigo escrito em 07 de novembro de 2013.

Considero um momento histórico, pois é a primeira vez que acontece em Mogi das Cruzes uma audiência pública para tratar de assunto sobre a arte e a cultura.

Meu respeito a todos os artistas presentes e assim como cidadãos, pagam seus impostos e que sobrevivem em uma cidade que os marginalizam e desrespeitam por pura ignorância.

Mogi das Cruzes, cidade com mais de 400 mil habitantes e com um orçamento anual que já ultrapassa o bilhão, tem o azar de ter administradores que não entende o que é Política Cultural e nem o que é arte e sua importância para a sociedade.

Existem inúmeros estudos científicos sociais provando que onde existem instrumentos e atividades culturais, os índices de violências urbanas diminuem ou desaparecem. A sociedade culturalmente evoluída é participativa e civilizada.

Se tivéssemos uma Política Cultural que não fosse de gestões, talvez os filhos e netos dos nossos administradores e políticos entenderiam a importância de valorizar o artista e sua arte.

A arte é a forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio.

Muitas pessoas dizem não ter interesse pela arte e por movimentos ligados a ela, porém o que elas não imaginam é que a arte não se restringe as pinturas ou esculturas, também pode ser representada por formas mais populares, como a música, o cinema e a dança. Essas formas de arte são praticadas em todo o mundo, em diferentes culturas.

As artes hoje são divididas:

1ª Arte – Música;
2ª Arte – Dança / Coreografia;
3ª Arte – Pintura;
4ª Arte – Escultura;
5ª Arte – Teatro;
6ª Arte – Literatura;
7ª Arte – Cinema;
8ª Arte – Fotografia;
9ª Arte – Histórias em Quadrinhos;
10ª Arte – Jogos de Computador e de Vídeo;
11ª Arte – Arte digital.

O Museu de artes no prédio da Telefônica

Quando saímos com a idéia da transformação de um edifício desleixado e subutilizado para a transformação em um Museu de artes, tivemos pelas redes sociais manifestações na ordem de 30 mil pessoas, quer seja compartilhando, curtindo ou comentando, mas em sua maioria apoiando a idéia da criação do Museu de artes para a cidade.

Por causa desta manifestação pública é que nasceu um grupo para a criação do futuro Museu e por meio de debates, a maioria registrados pelos jornais da cidade, acabamos elaborando uma proposta para um Museu que fosse autossuficiente e que sua gestão não estivesse atrelada a gestão municipal, por entender que ela deveria ter vida própria por meio de uma Fundação.

A proposta foi apresentada para o Prefeito em exercício, que elogiou a iniciativa o qual “prometeu” esforços para atender aos anseios dos cidadãos e dos artistas.

Apresentamos também proposta para uma “Praça das artes” de baixo custo de implantação em frente ao Prédio da Telefônica que não dependia de nenhuma negociação, somente da Prefeitura e que não houve interesse sem nenhuma explicação. 

Por muitos meses ficamos no aguardo e cobrando um posicionamento do andamento do processo junto à administração pública, onde o que ouvíamos é que a Telefônica tinha vendido para a Vivo e que ninguém sabia quem poderia decidir sobre o patrimonio. Houve um esfriamento nas intenções também por conta da reeleição.

Considerando as condições precárias que os artistas têm para as exposições quer seja em Praças sem nenhuma infraestrutura, em supermercados, em corredores do shopping e outros locais alternativos, os artistas nunca deixaram de pressionar para ter um espaço e este vem com o clamor da população e não como um favor para a arte e seus artistas.

Chegamos a fazer contato com a Fundação Telefônica que é uma das mantenedoras do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e que aqui em Mogi das Cruzes, poderia ser uma filial para que pudéssemos ter uma Pinacoteca de qualidade na região trazendo recursos com o turismo e ao mesmo tempo valorizando os nossos artistas.

Desde o principio, pensamos em um Museu de artes com gestão própria, onde as atividades desenvolvidas gerariam recursos, fazendo com que ele se tornasse dinâmico para a sua própria sobrevivência. Um modelo bem distante dos Museus estáticos que temos na cidade e que depende de recursos públicos para sua sobrevivência, tornando um depósito de objetos e um cabide de empregos.

Agora que estamos na reta final para a conquista do espaço, aparecem os interesses imediatistas de recuperar erros do passado e aproveitar a atual gestão para tentar resolver tudo, visando mais um marketing para futuras eleições.

Sem um planejamento mais profundo e uma consulta pública, é apresentada uma proposta de utilização do espaço como Biblioteca e posteriormente pela pressão nas redes sociais, como um espaço “multicultural” para acalmar os ânimos de alguns.

A Biblioteca Municipal e seu “pobre” acervo já andaram para muitos lados e hoje esta em um prédio que não atende as suas necessidades, pois é o reflexo dos nossos administradores que erraram e estão prestes a errar novamente.

Transferir a Biblioteca para o prédio da Telefônica é mais um arranjo para liberar espaço em um prédio e ocupar espaço em outro não importando que atividade que acontece dentro.

O Edifício da Telefônica não tem estrutura para uma Biblioteca séria, pois como sabemos um livro pesa umas 500 gramas e quando colocamos um acervo de 100 mil ou 200 mil livros que é um número razoável para a população de Mogi, onde se multiplicarmos o numero de livros pelo seu peso, dá uma sobrecarga que pode vir a comprometer a estrutura do edifício.

A Melhor solução para a nossa biblioteca seria o aproveitamento dos Galpões da CMTC as margens da Avenida Francisco Rodrigues Filho, sugeridos para os artistas como Centro Cultural, ou melhor, ainda se a administração enxergasse um pouco mais alem como propõe o Planejamento para 2050, que é a descentralização da Biblioteca Municipal em bairros que facilitaria o acesso para grande número de cidadãos, alem de ajudar a reduzir o número de pessoas na área central. Um exemplo é o “Farol do Saber” em Curitiba que são um sucesso.

É chegado a hora da arte e do artista mogiano ter a sua casa. Já perdemos muitos artistas ao longo da nossa história e deixamos de criar oportunidades para tantos outros de se projetarem no mundo das artes, trazendo divisas para a cidade.

O prédio da Telefônica tem vocação para ser um Museu de Artes e este é o momento de realmente o nosso Prefeito cumprir com sua promessa e entrar para a história, pois afinal é preciso reparar este erro histórico.

Para finalizar, nós os amantes da arte e da cultura e os artistas estamos fazendo um trabalho que ficará para a história, onde peço que registrem este momento por meio de pinturas, esculturas, musicas e literaturas.

Acredito que no futuro se a nossa voz não for ouvida seremos mais lembrados dos que os nossos gestores, por esta luta pela a Cultura de nossa cidade.

Muito obrigado.

Paulo Pinhal

Curador do CECAP