A História é a lei

A história é a lei.

Paulo Pinhal.

Precisamos entender que todos nós temos histórias: Histórias pessoais; de nossa família; das personalidades; das cidades e entre tantas outras a histórias de nossa nação, que culmina com as nossas tradições e comportamentos que adotamos.

Nossa história pessoal sempre esta atrelada a algum local que nos trouxe alegrias ou tristezas compondo assim a nossa identidade. O local pode até ser simples arquitetonicamente, no entanto são memórias vivas que nos remetem ao nosso passado. Quando alguns desses locais são descaracterizados ou demolidos, uma parte da nossa história se vai.

O COMPHAP que é o Conselho da cidade que controla o Patrimônio Histórico, quer seja ele material ou imaterial, vem nos últimos anos lutando pela preservação de nossa memória.

A composição do COMPHAP é feita por cidadãos e funcionários da Administração Municipal que sem receberem honorários e com falta de recursos se disponibilizam a realizar a difícil missão de ser guardião da nossa memória.

        O crescimento natural da Metrópole, com imigrações de pessoas que não tem identidade com a cidade, identificam os casarões como velhos e desprezam a nossa história.

Dentro desta esteira de estrangeiros temos os senhores das leis, promotores e advogados que não compreendem o real  significado de preservação e até não dominam como deveriam as leis existentes de preservação de Patrimônio Históricos, para que pudessem apenas exigir o cumprimento delas por parte dos proprietários que insistem em burlar as leis.

        Temos casos comprovados de Crime Ambiental com demolições e incêndios em Patrimônios, cujos proprietários ainda estão impunes pela falta de ação por parte da justiça.

        A falta de Educação Patrimonial faz com que os cidadãos, principalmente os imigrantes tratem os Patrimônios Históricos da cidade com desdém.

        O COMPHAP esta se esforçando para a preservação da memória, mas precisamos que a população também tenha consciência da importância dos bens materiais e imateriais para a nossa história e para as nossas vidas.

As origens da pobreza de Mogi

As origens da pobreza de Mogi

Por Paulo Pinhal

Não se sabe com certeza

A origem de nossa pobreza

Na Mogi de antigamente

Até a dúvida com sua origem a gente sente

Por falta de títulos de nobreza

O império pouco passou por aqui

A localização e a natureza

Colaborou com a terra do caqui

Por aqui de nobre apenas um marinheiro

Que vinha para uma chácara no verão

Tinha pouco dinheiro

Mas ostentava o título de Barão

Artur Silveira Mota, simples marinheiro

Que pela diplomacia conquistou

Mesmo sem dinheiro e pai

Tinha o título de Barão de Jaceguai

Veio a industrialização

Entre elas a grande Mineração

Trazendo mineiros com baixos salários

Serviu de referencia para todos os proletários.

Outras indústrias vieram, mas o estrago estava feito

A Mineração como indústria fez até prefeito

Servindo como referencia os salários eram baixo

A colônia japonesa ajudou plantando cachos

Região privilegiada, por sua localização

Ficou as margens do progresso

Um desvio da Rio São Paulo que por aqui passava

Surgindo a Dutra que do progresso distanciava

A cidade de certa forma foi preservada

Da grande transformação

Mas leva em sua história

A história de pobreza e frustração

Mas tudo na vida tem dois lados

Se Mogi sofre com a sina da pobreza

O povo mogiano,

Traz dentro de si uma grande riqueza.

Mogi das Cruzes. Reconhece ?

Mogi das Cruzes. Reconhece ?

Sempre fui um colecionador iconográfico, principalmente da minha história. Quando entrei nas redes sociais descobri um universo de possibilidades e com uma fan page do Colégio de Arquitetos, por meio das imagens rapidamente cheguei a 150.000 amigos. Hoje somando todos os perfis tenho aproximadamente 200.000 amigos.

As imagens postadas no CDA eram de arquitetura, de lugares e também de gente. Tenho um Post que tem mais de 16.000 compartilhamentos e mais de 1000 comentários e um sem números de curtir e eu aprendi um pouco de redes sociais.

Já no meu perfil fazia brincadeiras com uma cidade fictícia chamada Taia, onde lá tudo acontecia de engraçado até que postei uma foto antiga de Mogi das Cruzes do meu arquivo e vi a quantidade de comentários saudosistas que me tocou.

Comecei a postar fotos da cidade e a cada uma dela, a quantidade de comentários e conhecimento sobre a cidade que eu não conhecia ou mesmo tinha me esquecido. A partir daí decidi que tinha que abrir o meu arquivo para conhecer mais sobre as imagens que tinha.

Mogi das Cruzes, reconhece ?.

É uma pergunta para que possamos aprender um pouco mais sobre a imagem postada e para que em um futuro breve alguém compile as histórias contadas.

Desde 2011 venho postando e entre os desdobramentos de cada imagem descobri também que este saudosismo de uma cidade que não volta também é uma vacina contra a perda de identidade. A cidade cresceu e esta se modificando e as nossas referencias estão cada dia diminuindo. Postando imagens do passado, é como uma volta no tempo.

As melhores histórias são quando eu posto a Igreja do Rosário que uma multidão lembra da campanha “ Dei ouro para o bem do Brasil” e também o crime da igreja que aparece em muitas fotos antiga ser demolida e transformada em um prédio comercial. A outra imagem que sempre faz sucesso de comentários e compartilhamento é as fotos da escola Washigton Luiz, onde até encontro acontecem em decorrência das imagens que rodam pelas redes sociais. O mesmo aconteceu com a turma da OMEC que também já fizeram confraternização.

Sempre sou cobrado por não identificar as fotos, mas descobri uma riqueza em não comentar nada e deixar que os amigos do face descubram por sua conta, por isto gera histórias fantásticas que estavam adormecidas e esquecidas. Já disse em reunião da Secretaria da Cultura que as fotos que são do acervo histórico eu só vou identificar quando a Secretaria tiver um site com todas as fotos do acervo. Até lá nada de identificação.

Já fui convidado para participar de vários livros, que no momento não estou muito preocupado, pois existe um plano maior que é o Museu da Memória. E por falar em Museu, o nosso Museu de Artes nasceu de uma foto que postei em 2011 e agora estamos aguardando as reformas para a exposição no prédio da Vivo.

Eu tinha umas 20.000 fotos e a partir do momento em que resolvi abrir o meu acervo para o mundo virtual, acabei ganhando mais umas 10.000 fotos, pois sempre recebo álbuns e fotos de amigos que querem que eu publique, pois sempre dá comentários e compartilhamentos.

No meu perfil pessoal vejo como Hobby, embora sempre faço uma reflexão sobre o que vou postar e o que vou escrever.

Meu desejo é que as pessoas viagem no tempo e que só lembrem de coisas boas. Recordar é viver.

Paulo Pinhal.

Manifesto a favor da arte em Mogi das Cruzes.

Manifesto a favor da arte em Mogi das Cruzes.

Artigo escrito em 07 de novembro de 2013.

Considero um momento histórico, pois é a primeira vez que acontece em Mogi das Cruzes uma audiência pública para tratar de assunto sobre a arte e a cultura.

Meu respeito a todos os artistas presentes e assim como cidadãos, pagam seus impostos e que sobrevivem em uma cidade que os marginalizam e desrespeitam por pura ignorância.

Mogi das Cruzes, cidade com mais de 400 mil habitantes e com um orçamento anual que já ultrapassa o bilhão, tem o azar de ter administradores que não entende o que é Política Cultural e nem o que é arte e sua importância para a sociedade.

Existem inúmeros estudos científicos sociais provando que onde existem instrumentos e atividades culturais, os índices de violências urbanas diminuem ou desaparecem. A sociedade culturalmente evoluída é participativa e civilizada.

Se tivéssemos uma Política Cultural que não fosse de gestões, talvez os filhos e netos dos nossos administradores e políticos entenderiam a importância de valorizar o artista e sua arte.

A arte é a forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio.

Muitas pessoas dizem não ter interesse pela arte e por movimentos ligados a ela, porém o que elas não imaginam é que a arte não se restringe as pinturas ou esculturas, também pode ser representada por formas mais populares, como a música, o cinema e a dança. Essas formas de arte são praticadas em todo o mundo, em diferentes culturas.

As artes hoje são divididas:

1ª Arte – Música;
2ª Arte – Dança / Coreografia;
3ª Arte – Pintura;
4ª Arte – Escultura;
5ª Arte – Teatro;
6ª Arte – Literatura;
7ª Arte – Cinema;
8ª Arte – Fotografia;
9ª Arte – Histórias em Quadrinhos;
10ª Arte – Jogos de Computador e de Vídeo;
11ª Arte – Arte digital.

O Museu de artes no prédio da Telefônica

Quando saímos com a idéia da transformação de um edifício desleixado e subutilizado para a transformação em um Museu de artes, tivemos pelas redes sociais manifestações na ordem de 30 mil pessoas, quer seja compartilhando, curtindo ou comentando, mas em sua maioria apoiando a idéia da criação do Museu de artes para a cidade.

Por causa desta manifestação pública é que nasceu um grupo para a criação do futuro Museu e por meio de debates, a maioria registrados pelos jornais da cidade, acabamos elaborando uma proposta para um Museu que fosse autossuficiente e que sua gestão não estivesse atrelada a gestão municipal, por entender que ela deveria ter vida própria por meio de uma Fundação.

A proposta foi apresentada para o Prefeito em exercício, que elogiou a iniciativa o qual “prometeu” esforços para atender aos anseios dos cidadãos e dos artistas.

Apresentamos também proposta para uma “Praça das artes” de baixo custo de implantação em frente ao Prédio da Telefônica que não dependia de nenhuma negociação, somente da Prefeitura e que não houve interesse sem nenhuma explicação. 

Por muitos meses ficamos no aguardo e cobrando um posicionamento do andamento do processo junto à administração pública, onde o que ouvíamos é que a Telefônica tinha vendido para a Vivo e que ninguém sabia quem poderia decidir sobre o patrimonio. Houve um esfriamento nas intenções também por conta da reeleição.

Considerando as condições precárias que os artistas têm para as exposições quer seja em Praças sem nenhuma infraestrutura, em supermercados, em corredores do shopping e outros locais alternativos, os artistas nunca deixaram de pressionar para ter um espaço e este vem com o clamor da população e não como um favor para a arte e seus artistas.

Chegamos a fazer contato com a Fundação Telefônica que é uma das mantenedoras do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e que aqui em Mogi das Cruzes, poderia ser uma filial para que pudéssemos ter uma Pinacoteca de qualidade na região trazendo recursos com o turismo e ao mesmo tempo valorizando os nossos artistas.

Desde o principio, pensamos em um Museu de artes com gestão própria, onde as atividades desenvolvidas gerariam recursos, fazendo com que ele se tornasse dinâmico para a sua própria sobrevivência. Um modelo bem distante dos Museus estáticos que temos na cidade e que depende de recursos públicos para sua sobrevivência, tornando um depósito de objetos e um cabide de empregos.

Agora que estamos na reta final para a conquista do espaço, aparecem os interesses imediatistas de recuperar erros do passado e aproveitar a atual gestão para tentar resolver tudo, visando mais um marketing para futuras eleições.

Sem um planejamento mais profundo e uma consulta pública, é apresentada uma proposta de utilização do espaço como Biblioteca e posteriormente pela pressão nas redes sociais, como um espaço “multicultural” para acalmar os ânimos de alguns.

A Biblioteca Municipal e seu “pobre” acervo já andaram para muitos lados e hoje esta em um prédio que não atende as suas necessidades, pois é o reflexo dos nossos administradores que erraram e estão prestes a errar novamente.

Transferir a Biblioteca para o prédio da Telefônica é mais um arranjo para liberar espaço em um prédio e ocupar espaço em outro não importando que atividade que acontece dentro.

O Edifício da Telefônica não tem estrutura para uma Biblioteca séria, pois como sabemos um livro pesa umas 500 gramas e quando colocamos um acervo de 100 mil ou 200 mil livros que é um número razoável para a população de Mogi, onde se multiplicarmos o numero de livros pelo seu peso, dá uma sobrecarga que pode vir a comprometer a estrutura do edifício.

A Melhor solução para a nossa biblioteca seria o aproveitamento dos Galpões da CMTC as margens da Avenida Francisco Rodrigues Filho, sugeridos para os artistas como Centro Cultural, ou melhor, ainda se a administração enxergasse um pouco mais alem como propõe o Planejamento para 2050, que é a descentralização da Biblioteca Municipal em bairros que facilitaria o acesso para grande número de cidadãos, alem de ajudar a reduzir o número de pessoas na área central. Um exemplo é o “Farol do Saber” em Curitiba que são um sucesso.

É chegado a hora da arte e do artista mogiano ter a sua casa. Já perdemos muitos artistas ao longo da nossa história e deixamos de criar oportunidades para tantos outros de se projetarem no mundo das artes, trazendo divisas para a cidade.

O prédio da Telefônica tem vocação para ser um Museu de Artes e este é o momento de realmente o nosso Prefeito cumprir com sua promessa e entrar para a história, pois afinal é preciso reparar este erro histórico.

Para finalizar, nós os amantes da arte e da cultura e os artistas estamos fazendo um trabalho que ficará para a história, onde peço que registrem este momento por meio de pinturas, esculturas, musicas e literaturas.

Acredito que no futuro se a nossa voz não for ouvida seremos mais lembrados dos que os nossos gestores, por esta luta pela a Cultura de nossa cidade.

Muito obrigado.

Paulo Pinhal

Curador do CECAP

O Sarau do CECAP

O Sarau do CECAP

Sexta feira, 30 de maio de 2014. Noite de frio, com muitos frequentadores do nosso Sarau escalados para a Festa do Divino que se inicia. Quer seja tocando, cantando ou mesmo como voluntários.

Na cidade muitas outras atividades como a Festa de Santo Antonio, bailes etc..

O nosso Sarau tinha tudo para ter pouco público. Mas o que aconteceu é que as pessoas foram chegando, começando a cantar, contado histórias, o coral da SECCO mostrando todo o seu talento com pessoas maravilhosas e ai quando você vê, tem mais de 60 pessoas. Gente entrando e saindo e uma energia fantástica para um espaço pequeno.

Como conseguimos isto ?… Cultura… Cultura… e mais Cultura.

Quem frequenta e conhece Saraus, vai a todos os Sarais que tiver.

Podemos chamar isto de “Criar um Público”.

Nos últimos 5 anos de Sarau, nunca tivemos ajuda financeira e com todo o acesso que tenho as redes sociais e a força que a mídia de Mogi nos dá, grande parte das pessoas que freqüentam o nosso Sarau não lêem jornais e não tem acesso a internet, no entanto toda a última sexta feira do mês comparecem.

Isto é uma Política Cultural que os nossos administradores não entendem.

Os nossos administradores precisam aprender um pouco mais com as experiências dos nossos produtores culturais regionais, principalmente os que sobrevivem sem ajuda financeira da Prefeitura, Estado e União, pois só assim farão uso das verbas publicas com mais sabedoria e com melhores retorno para a sociedade.

Paulo Pinhal.

Mogi e a arte da motocicleta

Mogi e a arte da motocicleta

Escrito em janeiro de 2014.

Há alguns anos atrás, quando fazia um Curso de Arquitetura Contemporânea com o falecido Professor e Arquiteto Célio Pimenta, tive a oportunidade de debater sobre o conteúdo do livro “ Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas” de Robert M. Pirsig.

O livro trata de narrativa de uma viagem de moto feita por um homem e seu filho durante as férias de verão e transforma-se numa odisséia pessoal e filosófica e que procura tratar de questões do modo de viver.

A relação que faço deste livro com o momento que estamos vivendo aqui na cidade com a história do Museu de Artes de Mogi das Cruzes é o seguinte, pois em determinado capitulo o protagonista diz que em sua jornada ele avista uma igreja e quando chega perto ele vê que o edifício da “igreja” foi transformado em um “Bar”.

No livro ele faz uma apologia às universidades e seus espaços, onde ele questiona que para ter fé não é necessário estar em uma igreja. Não é o prédio que nos tornam mais católico e sim o que sentimos em nosso interior.

Em Mogi das Cruzes não é o prédio da Vivo que vai fazer com que a cidade tenha mais artistas de talentos ou uma melhor exposição. E sim uma política cultural.

Não precisamos de autorização de Anatel para fazer uma exposição de artes e sim vontade de acontecer.

Paulo Pinhal