Ciclovia Leste-Oeste Mogi

CICLOVIA LESTE-OESTE

Texto: Paulo Pinhal

Estamos vivendo um momento no qual a certeza que já tínhamos, hoje com a Pandemia deixou exposto com maior intensidade. Nosso Transporte Coletivo não funciona e nosso sistema de transporte esta ultrapassado.

Se considerarmos a que a cidade cresceu e suas ruas e avenidas só esticaram e não se alargaram, o colapso é uma questão de tempo.

Neste momento com o inicio do pós confinamento e com o vírus a solta assistimos o mundo todo se voltar para a mobilidade focando nas bicicletas que são transportes que alem de sua função de ir e vir, também ajuda na qualidade do ar e na saúde de quem a usa.

Um levantamento sobre acidentes no transito feito por uma comissão de funcionários públicos e civis, para estabelecer os números de radares na cidade em 2003, acabou mostrando um problema que é a situação dos ciclistas.

Na época chegamos à conclusão que o ciclismo urbano deveria ter uma atenção especial, pois contingente de acidentes era grande tendo em vista que a cidade não tem vias projetadas para o ciclista, e estes dividem os espaços urbanos com carros, motos e pedestres.

O Artigo que escrevi em conjunto com o Engenheiro Moacyr Machado Cardoso em 2002, para uma Revista Científica da UNICSUL – Universidade Cruzeiro do Sul, sendo publicado parte pelo Jornal Diário de Mogi e mostrado os problemas pela TV Diário, culminaram com a implantação de uma “tímida” ciclo-faixa que começa em algum lugar e termina em outro lugar qualquer sem conexões.

         Uma estratégia operacional deveria ser feita desde 2002 quando foi detectado que de cada 5 acidentes com vítimas fatais, 3 eram ciclistas.

A Lei 13.724/18 em seu 5 artigo estabelece “Nas cidades com mais de quinhentos mil habitantes, as ações do PBB,(Programa Bicicleta Brasil), devem ser compatíveis com o que determina o plano de transporte urbano integrado, exigido pelo art. 41 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), no qual deverão estar previstas, obrigatoriamente, a implantação de ciclovias e a promoção do transporte cicloviário.”

Mogi das Cruzes, já ultrapassou os 500 mil habitantes e o Plano de Mobilidade existente não decolou nas ações que foram propostas pelos Grupos de Ciclistas que participaram do Plano. Tirando as novas Avenidas o resto esta tudo parado.

A Cidade de Mogi das Cruzes é dividida pela Estrada de Ferro. Em função disso temos viadutos, túneis, obras viárias que custaram muito e que de certa forma deixaram a cidade mais feia. Existe uma dívida moral desde a Estrada de Ferro do Norte, uma linha férrea que conectava São Paulo às cidades do Vale do Paraíba. E em 1890, esta ferrovia foi incorporada pela Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB)depois vem Rede Ferroviária Federal (RFFSA), Empresa Brasileira de Transporte Urbano (EBTU),  Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU),  Ferrovia Paulista S/A (FEPASA),finalizado com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos que nunca se interagiu com a cidade e com a paisagem. Alguns trechos da Estrada de Ferro existem muros altos que zeram as visuais para a nossa Serra do Itapety.

Um dos problemas das administrações anteriores era que a Prefeitura não tem autonomia espacial dentro da própria cidade e com o passar dos anos deixando para o transporte de cargas que é mais rentável, deixou novamente a cidade de lado e os cidadãos sem acesso a mobilidade no sentido do Vale do Paraíba. Para nós mogianos uma Estação em César já faria toda a diferença.

Estamos em época de eleição e com mudanças em todos os sentidos e o momento é oportuno para que possamos reivindicar uma faixa de 2,00 metros para a criação de uma Ciclovia, denominada como CICLOVIA LESTE-OESTE, onde teríamos a mobilidade de ter um caminho que inicia em Jundiapeba e se encerra em César de Souza.

São 15,4 km que contribuiria para o desafogamento de todo o transito da cidade, resolveria o problema de transporte coletivo e de quebra melhoraria a saúde dos praticantes.

Pensamos em uma Ciclovia com bicicletário ao longo dela, com bicicletas de alugueis, com vários pontos de apoio ao longo da Ciclovia e com toda a segurança que o ciclista deve ter.

Não é uma idéia nova e sim um é um desejo a muito tempo de vários ciclistas e que neste momento que estamos passando precisamos com urgência.

Para isto estamos iniciando um abaixo assinado e vamos solicitar para os nossos representantes políticos que se esforcem para que possamos conseguir esta faixa de 2,00 metros que hoje é subutilizada.

Pedimos para que a população mogiana abrace esta idéia e mostre a sua força. Vamos descobrir quem tem o poder de autorizar esta faixa para os cidadãos.

Os grupos de ciclistas estão se organizando para que possamos ter um número de assinaturas em pró desta obra que além de estar previsto em Lei para o Município, ajudará um grande número de pessoas.

Contamos com todos aqueles que se incomodam com o transito de Mogi das Cruzes.

Coletivo MTB – Mogi das Cruzes.

Colégio de Arquitetos

Arquiteto – Paulo Pinhal

Estagiária: Michelle Maki Hasegawa

Apoio:

BiciMogi

Rede Nossa Mogi

Ônibus grátis para a melhor idade

Ônibus grátis para a melhor idade

Um dos problemas, talvez o maior que nossa cidade de Mogi das Cruzes enfrenta é o transito. A cidade tem mais de 250.000 veículos registrados proporcionando 1 carro para cada 2 habitantes, com seus eixos viários mal planejados e muitos deles com ruas e passeios estreitos, que transformam a cidade em verdadeiro caos.

Como podemos melhorar a mobilidade na cidade?

A resposta é simples: Melhorar o transporte coletivo e retirar os carros que estão em circulação na área central cidade. O nosso transporte público, principalmente os Ônibus, não cumpre a sua missão com eficiência de fazer os cidadãos circularem pela cidade. É nítido o objetivo que o dinheiro é o que importa. Por um valor de passagem significativo temos baixa qualidade de serviço.

Temos leis que obrigam todos os veículos privado terem cinto de segurança, mas no transporte coletivo os passageiros são tratados como animais, de pé e amontoados. A passividade dos passageiros e a falta de reivindicação por melhores condições, incentivam as empresas de ônibus a continuarem tratando mal os seus clientes.

Em decisão irracional, na cidade, não é permitida a gratuidade para cidadãos a partir dos 60 anos. Alem de um direito é uma falta de respeito com a cidade. A irracionalidade esta que naturalmente os cidadãos sexagenários, pelo incentivo, deixariam seus carros e passariam a utilizar mais o transporte coletivo, proporcionando redução no número de veículos em circulação.

Com a redução dos veículos, aliados aos corredores de ônibus para agilizarem as origens e destinos, teríamos uma cidade mais acessível e com o ganho dos desperdícios e problemas de toda a ordem que hoje ocorrem hoje por conta dos congestionamentos.

É claro que tem outras ações que devem caminhar simultaneamente com a gratuidade, como por exemplo, as sinalizações.

Tornar a passagem gratuita para os cidadãos acima de 60 anos é um dever moral que vai ajudar toda a cidade.

Paulo Pinhal.

San Benedetto Po

Historinha do Paulo Pinhal.

Em minhas andanças pelo mundo na década de 90, fui com o Mantovani, amigo engenheiro do Rio Grande do Sul até a cidade de San Benedetto Po, na região da Lombardia, província de Mântua na Itália.

Cidadezinha as margens do Rio Po com aproximadamente uns 7.000 habitantes. Chegamos lá de ônibus: eu, meu amigo o cobrador e o motorista.

O Mantovani estava atrás de documentos de família para tirar o passaporte italiano e como no pequeno cartório eles só tinham documentos até 1870, recomendaram que fossemos na Igreja de São Benedetto Po, construída no século XIII.

O que achei interessante é que em uma cidade distante de tudo, quando chegamos na igreja existia logo na entrada um folheto que explicava todos os altares, isto é um auto guia, que nos proporcionou o entendimento e a compreensão daquela arquitetura monástica que foi reformada por Giuliano Romano em 1540.

Sempre comparo esta experiência com os museus de Mogi das Cruzes, que alem de serem depósitos de objetos, não contam sua história.

É preciso mudar os nossos paradigmas com relação a museus.

Aula de Mangá do CECAP

Professora Fabiana

Público alvo: A partir dos sete anos de idade.
Conteúdo desenvolvido:

  • Artes Visuais;
  • Elementos da linguagem visual dos quadrinhos;
  • Suportes elementos e materiais;
  • Cores no uso do lápis de cor;
  • Aquarela;
  • Arte finalização;
  • Encadernamento;
  • Objetivos:
  • Desenvolver a coordenação motora; Desenvolvimento de habilidades de discriminar cor, forma, dimensão, espaço e harmonia; Desenvolvimento da autoconfiança;
  • Adquirir hábitos de disciplina e concentração no trabalho individual e em equipe. Reconhecendo a forma de se expressar, criar, julgar e avaliar; Adquirir hábitos de disciplina e concentração no trabalho individual e em equipe;
  • Adquirir gosto e habito de ler e aprender com as pessoas, ouvindo-as e procurando ver as criticas como uma cooperação para o crescimento profissional. Visando, assim, que o aluno aprenda com seu próprio esforço se aprimorar, encontrando a própria maneira de se expressar nos quadrinhos. Reconhecendo que os quadrinhos são, apenas, pontos de vista de uma determinada pessoa ou equipe sobre um determinado assunto no intuito de entreter e fazer pensar sobre o contesto abordado na história.

Segundas feiras

Duas horas de aula

Manhã das 9h00 as 10h00

Tarde das 14h00 as 16h00

Valor do Investimento – R$ 100,00 , cem reais por mês.

Tratar diretamente com a Professora Fabiana – Whatsapp (11) 9-7147-3961

Contos da periferia de Mogi

Contos da periferia de Mogi

O Nilson foi preso por ter sido pego roubando uma roupa. Com testemunhas, foi acusado e como não era primário e pobre foi para a cadeia.

Cumpriu a pena até chegar a condição de cumprir a pena em liberdade. Conhecedor dos horrores da cadeia fez promessa de nunca mais voltar para aquele inferno. Como não tinha advogado, ninguém falou para ele que deveria sempre se apresentar na delegacia.

Com dificuldade pela sua condição de ex-presidiário, procurou e encontrou um emprego de ajudante geral em uma escola e se dedicou muito, procurou sempre fazer o melhor para os alunos e professores. Constitui família e um lugar na sociedade.

Com o tempo conquistou o coração da criançada e dos professores, pois sempre se esforçava até que a justiça veio. Como ele não se apresentava, mesmo com carteira assinada pela Escola teve que voltar para a cadeia e terminar de cumprir sua pena.

A família constituída com esposa e filhos tornaram alvo de desaprovação pelos vizinhos, fazendo com que até se mudassem de casa por conta dos preconceitos.

Graças aos céus e pela falta de espaço na Penitenciaria, deram um jeito nele para voltar para a Escola e para a sua família.

Hoje, por conta de sua passagem pela prisão, muita gente não quer nem conversar com ele, com medo das amizades que fez na prisão.

Nilson. Siga o seu caminho.

A História é a lei

A história é a lei.

Paulo Pinhal.

Precisamos entender que todos nós temos histórias: Histórias pessoais; de nossa família; das personalidades; das cidades e entre tantas outras a histórias de nossa nação, que culmina com as nossas tradições e comportamentos que adotamos.

Nossa história pessoal sempre esta atrelada a algum local que nos trouxe alegrias ou tristezas compondo assim a nossa identidade. O local pode até ser simples arquitetonicamente, no entanto são memórias vivas que nos remetem ao nosso passado. Quando alguns desses locais são descaracterizados ou demolidos, uma parte da nossa história se vai.

O COMPHAP que é o Conselho da cidade que controla o Patrimônio Histórico, quer seja ele material ou imaterial, vem nos últimos anos lutando pela preservação de nossa memória.

A composição do COMPHAP é feita por cidadãos e funcionários da Administração Municipal que sem receberem honorários e com falta de recursos se disponibilizam a realizar a difícil missão de ser guardião da nossa memória.

        O crescimento natural da Metrópole, com imigrações de pessoas que não tem identidade com a cidade, identificam os casarões como velhos e desprezam a nossa história.

Dentro desta esteira de estrangeiros temos os senhores das leis, promotores e advogados que não compreendem o real  significado de preservação e até não dominam como deveriam as leis existentes de preservação de Patrimônio Históricos, para que pudessem apenas exigir o cumprimento delas por parte dos proprietários que insistem em burlar as leis.

        Temos casos comprovados de Crime Ambiental com demolições e incêndios em Patrimônios, cujos proprietários ainda estão impunes pela falta de ação por parte da justiça.

        A falta de Educação Patrimonial faz com que os cidadãos, principalmente os imigrantes tratem os Patrimônios Históricos da cidade com desdém.

        O COMPHAP esta se esforçando para a preservação da memória, mas precisamos que a população também tenha consciência da importância dos bens materiais e imateriais para a nossa história e para as nossas vidas.

Capoeira de Angola

Com Canoa

A capoeira é uma manifestação de origem afro-indígena brasileira.
Dentre os diversos segmentos de capoeira, a capoeira Angola é a mais próxima dos fundamentos e tradições ancestrais da capoeira original, sendo popularmente conhecida como “a capoeira mãe”.


Tem como estrutura base a história e a musicalidade, seguida pela luta de resistência, sendo assim uma manifestação composta por diversas artes.
Dentro de nossa proposta utilizamos a capoeira Angola para reaproximar o homem de suas origens, e resgatar sua ancestralidade.


“Capoeirista não é aquele que sabe movimentar o corpo, e sim aquele que se deixa movimentar pela alma” Mestre Pastinha

Todas as quintas feiras das 19h30 as 22h00

Matriculas abertas diretamente com Giselle – Whatsapp – 11 94730-2345

Professorinha na Janela

Professorinha na Janela

Estava no Varejão quando um tal de Heitor me parou perguntando se eu era o Paulo Pinhal. Ele começou a falar que deveríamos ter uma lei Federal, Estadual ou Municipal que protegesse os casarões de Mogi, pois ele lembrava da professorinha que ficava na janela de um deles e que hoje só tem fachada.

Naquele momento, achei que ia demorar muito explicar para ele a “Carta de Atenas” que é uma espécie de manual internacional de como deve ser preservado os patrimônios, foi quando sai com a seguinte resposta:

– Nossa cidade esta sendo invadida por pessoas de outras regiões, onde ainda aqui os imóveis são mais baratos e que os benefícios são grandes, pois estamos perto da cidade de São Paulo e do Litoral. As pessoas que por aqui chegam não têm nenhuma relação histórica com a cidade, portanto, colocar um casarão no chão não representa nada para elas, pois elas não vivenciaram a professorinha que ficava na janela.

Ele ficou com aquela cara que descobriu alguma coisa e agradeceu as informações.

Paulo Pinhal.

Tombamento

Tombamento

Contam que na época em que o Casarão do Chá estava em processo para ser TOMBADO pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN), foi chamado as pressas um Engenheiro da Prefeitura para acompanhar a comissão que estava em Mogi, para analisar a obra arquitetônica.

No local com a comissão toda formada por Arquitetos, Historiadores e autoridades da região, o Engenheiro que nada entendia de Patrimônio se manifestou seriamente:

– Porque tombar, esse prédio já esta quase caindo!

O falecido arquiteto Eduardo Knesse de Melo elegantemente tratou de explicar o significado de TOMBAMENTO histórico e o Engenheiro sem graça saiu de fino.

Este Engenheiro da Prefeitura foi responsável por muitos tombamentos literalmente do Patrimônio da cidade, isto é pôs no chão em nome do progresso.

Paulo Pinhal.

Em baixo dos Lençóis

Em baixo dos Lençóis

            Quando o então Prefeito Antonio Carlos Machado autorizou o asfaltamento das ruas do centro de Mogi, alguns arquitetos e eu entre eles nos manifestamos na presença dele:

            – O Senhor sabia que no centro da cidade existe um lençol freático e que com o asfalto acabará impermeabilizando as ruas, carregando as galerias de águas pluviais e contribuindo para abaixar o nível da água do lençol, ocasionando nas edificações: recalques, trincas e até desabamentos.

            O jovem Prefeito rebateu tranquilamente:

            – E isso não é bom. Vai gerar bastantes serviços para vocês.

            Ficamos sem ação. Ele tinha razão.

Paulo Pinhal.