Peregrinação no Deserto do Sinai
Estava eu e o Arquiteto Gil Nóbrega atravessando o Deserto do Sinai. Tínhamos saído do Cairo e o nosso destino era Jerusalém. Estávamos com batedores do exercito, pois os Fundamentalistas egípcios estavam matando turista. A aventura corria.
No meio do caminho ficamos sabendo da morte do Primeiro Ministro de Israel, o Yitzhak Rabin, General e político que tinha sido assassinado por um Israelense. Menos mal, pois não eram os Árabes e os conflitos no Oriente Médio em 1995 estavam em compasso de espera de acontecer alguma coisa.
Pelo motivo do assassinato do Primeiro Ministro, Jerusalém foi fechada e tivemos que ir para um hotel em Tel Aviv. Experiência fantástica, mas é outra história.
Vi o nosso guia com um jornal escrito em Árabe e a foto do Yitzhak Rabin noticiando o ocorrido. Achei interessante ter aquele jornal como documento e perguntei ao guia como poderia comprar o periódico. Ele disse que era distribuído e que assim que estivesse lido ele me daria o jornal.
Ele me entregou o jornal sob os olhares dos companheiros de viagem. Eu como não entendia nada de Árabe, mas de semiótica, procurei tentar entender aqueles rabiscos para ver se conseguia desvendar alguma coisa. Minha postura parecia que eu estava lendo.
Combinei com o Gil de alugarmos um automóvel e ir até Jerusalém, pois meu argumento era que estávamos vivendo um momento histórico. Muita gente perto escutou o que tinha falado e a noticias se espalhou.
Estava no quarto do Hotel, quando o Gil me avisa para descer no Lobby do Hotel, pois todo mundo queria ir com o “ Professor” que falava 6 línguas, que entendia Ebraico, Árabe, Francês, Inglês, Italiano e Português e que ele levaria todos para conhecer Israel. Tudo isto por conta do episódio do jornal que estava tentando decifrar.
Minha surpresa, quando abri a porta do elevador, uma senhora já pulou pra cima de mim e disse: – Professor eu quero ir no Rio Jordão!
Meio assustado com o número de pessoas me perguntando sobre passeios, eu disse que havia algum engano, pois eu não sairia do Hotel para levar grupo algum. Decepção de alguns, pois já falavam que comigo seria muito mais barato.
No dia seguinte, esperamos faltar uns 15 minutos para encerrar o café do hotel, descemos. As pessoas já tinham comprado pacotes das agencias local. Eu e o Gil alugamos um carro e não conseguimos entrar em Jerusalém, pois a cidade continuava fechada.
Esta história continua até a Faixa de Gaza, mas também é outra história.