Amigos para sempre

Amigos para sempre

Paulo Pinhal

A teoria do Caos mostra que o efeito borboleta é fato. Conta a história que por falta de um cravo, (prego), deixou de ferrar um cavalo; Por falta de um cavalo ficou sem um cavaleiro; Por falta de um cavaleiro perdeu-se uma batalha; Por uma batalha perdeu-se uma guerra e por fim por causa de uma guerra perdeu-se a nação. O resultado é que por causa de um simples cravo perdeu-se uma nação.

Dentro desta teoria é que temos a história de Felipe, que conheceu Marcos, casualmente em um jogo de futebol, onde o jogador principal Rodrigo por pegar uma forte gripe acabou de última hora convidando Marcos, o filho da sua lavadeira que gostava de jogar bola. Naquele dia, Felipe e Marcos fizeram uma dobradinha importante para a vitória do time.

Felipe, filho de um médico importante na cidade e o Marcos que vinha de uma família humilde e honesta, seu pai era pedreiro e sua mãe lavava roupas para fora reforçando o orçamento do lar. Os dois rapazes, apesar de serem de classes sociais diferentes, consolidaram uma amizade forte entre si, e se o Rodrigo não tivesse contraído aquela gripe, talvez nunca eles tivessem se conhecidos e não teria seqüência esta história.

Felipe e Marcos tinham a mesma idade de 18 anos e estavam naquele momento em que deveriam tomar decisão para qual profissão que exerceriam no futuro.

Felipe não tinha certeza se faria Engenharia Civil ou Arquitetura e Marcos, por sua vez pensava em algum curso do SENAI para que pudesse ser capacitado para o trabalho na indústria, uma vez que o Curso Superior estava distante dos recursos da família.

Felipe ficou sabendo que haveria um ciclo de palestras sobre profissões em São Paulo e no caminho encontrou com o Marcos que o convidou para que fizesse companhia para ele, e Marcos aceitou.

Entre as palestras, a que mais encantou os dois foi a de arquitetura. Parecia que era isto que eles estavam procurando e que tinham em comum, e como todos os jovens, já saíram fazendo mil planos futuros.

No retorno das palestras, Felipe que estava dirigindo seu automóvel perde a direção e acaba colidindo com um poste. Marcos, apesar do susto conseguiu sair do carro e pedir socorro para o amigo.

Felipe acabou quebrando a bacia, o que obrigou a ficar em cadeira de rodas para sua recuperação. Marcos pela amizade e solidariedade passou a visitar todos os dias o amigo ajudando no que fosse preciso. Foi um momento de muita dificuldade para o Felipe, que naquele ano desistiu dos estudos e focou em seu restabelecimento. A presença de Marcos diariamente consolidou mais a amizade.

Felipe, recuperado tratou no ano seguinte de tentar entrar na FAUUSP-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo que é um Curso Público de Arquitetura de elevada qualidade, mas com certo grau de dificuldade para entrar. Felipe  como teve a oportunidade de estudar no segundo grau em escolas de renomes, não teve dificuldade de ingressar no Curso. Já o Marcos que estudou em escola pública e que não tinha um bom aproveitamento por conta do futebol, não conseguiu entrar nas escolas públicas e nem obter bolsas ou financiamentos para escolas particulares.

Felipe, reconhecendo as dificuldades do Marcos, propõe financiar o seu curso em uma escola privada, uma vez que ele estava estudando de graça em escola pública. Para não ferir os sentimentos do Marcos se mostrando superior, ele combinou que assim que eles formassem iriam montar um escritório juntos, e daí o Marcos pagaria o que o amigo estava emprestando. E assim foi feito.

O contato entre eles foi aos poucos ficando raro por conta de estudarem em escolas geograficamente distantes e o Marcos conseguiu um estagio em um grande escritório de arquitetura, onde fez com que ele tivesse um progresso grande na profissão. Já o Felipe gostava de viajar e não estava preocupado com estágios, ele queria é curtir o curso e aproveitar as festas. Independente desta separação física, Felipe continuava honrando com o combinado de pagar o curso para o Marcos.

Depois de cindo anos vem a formatura dos dois e Felipe resolve fazer uma viagem para a Inglaterra e ficar por lá uns tempos. Já o Marcos consegue montar um escritório e ter uma equipe de mão de obra, onde começa a desenvolver projetos de todos os tipos. O seu escritório de arquitetura acaba virando uma pequena construtora.

Como este mundo da viravoltas, o pai de Felipe vem a falecer e descobrem que a família estava endividada e que ele deveria voltar para o Brasil. A situação financeira da família do Felipe entrou em declínio, fazendo com que sua mãe vendesse parte do patrimônio.

Marcos, que já estava com uma situação financeira consolidada, quando ficou sabendo da história, chamou o amigo para ser o seu sócio e também queria devolver o dinheiro emprestado na época da faculdade. Felipe ficou feliz com a atitude do amigo, aceitou a sociedade e dispensou o pagamento que fizera durante os anos que estudou por entender que não era dele, pois afinal ele que tinha condições de pagar estudos e estudou em uma escola gratuita do governo.

A construtora progrediu e Marcos e Felipe decidiram sempre ajudar alguém que tem dificuldades para estudar, ofertando bolsas de estudos para pessoas carentes.

A lição que os dois aprenderam é que devemos investir no conhecimento e na educação, pois ela é a semente do nosso futuro.

Autoridade e Drummond

Estava indo a Remalar que fica na Rua Cabo Diogo Oliver em Mogi das Cruzes para comprar uma peça para torneira. Já na praça Oswaldo Cruz,  quando fui atravessar a Rua Ricardo Vilela, escuto a sirene de uma Ambulância e atrás um carro da Policia escrito “Escolta”, acredito que estavam levando mais um detento para o CDP – Centro de Detenção Provisória que tem na periferia da cidade.  A comitiva passou à toda não respeitando pedestres e  nem o sinal vermelho.

Continuo o meu caminhar até que vejo que a passagem de nível esta fechada e a ambulância e a escolta estão paradas esperando o trem passar.

Que situação no mínimo interessante. Uma hora um show de som e desrespeito com a sinalização do transito e logo em seguida parado.

Vendo a cena, me lembrei de um poema do Carlos Drummond de Andrade :

Stop
a vida parou
ou foi o automóvel ?

Vivi hoje o poema. Incrível.

Paulo Pinhal.

O Sarau do CECAP

O Sarau do CECAP

Sexta feira, 30 de maio de 2014. Noite de frio, com muitos frequentadores do nosso Sarau escalados para a Festa do Divino que se inicia. Quer seja tocando, cantando ou mesmo como voluntários.

Na cidade muitas outras atividades como a Festa de Santo Antonio, bailes etc..

O nosso Sarau tinha tudo para ter pouco público. Mas o que aconteceu é que as pessoas foram chegando, começando a cantar, contado histórias, o coral da SECCO mostrando todo o seu talento com pessoas maravilhosas e ai quando você vê, tem mais de 60 pessoas. Gente entrando e saindo e uma energia fantástica para um espaço pequeno.

Como conseguimos isto ?… Cultura… Cultura… e mais Cultura.

Quem frequenta e conhece Saraus, vai a todos os Sarais que tiver.

Podemos chamar isto de “Criar um Público”.

Nos últimos 5 anos de Sarau, nunca tivemos ajuda financeira e com todo o acesso que tenho as redes sociais e a força que a mídia de Mogi nos dá, grande parte das pessoas que freqüentam o nosso Sarau não lêem jornais e não tem acesso a internet, no entanto toda a última sexta feira do mês comparecem.

Isto é uma Política Cultural que os nossos administradores não entendem.

Os nossos administradores precisam aprender um pouco mais com as experiências dos nossos produtores culturais regionais, principalmente os que sobrevivem sem ajuda financeira da Prefeitura, Estado e União, pois só assim farão uso das verbas publicas com mais sabedoria e com melhores retorno para a sociedade.

Paulo Pinhal

Zé Benedito

Meu amigo dito e bem dito
É o dentista Zé Benedito.
Também conhecido como 
Doutor Benê, o qual vocês. 
Vão vê.

Para quem não o conhece
Então vou te apresentar
É de origem humilde
E humilde que é, até no jeito de falar
Mas com muito esforço e dedicação
Ele consegui se formar.

Não é qualquer Zé, isso posso afirmar
Domina o português, a gramática,
Ponto e vírgula sabe colocar,
Mas a sua especialidade mesmo;
É arrumar o maxilar.

Não faz apologia 
a qualquer forma de preconceito, 
Negros, deficientes, velhos, sabe lidar
todos trata com respeito
Até porque, diz:
Velhos todos vamos ficar.

Na Entrada dos Palmitos
É um corre corre pra lá e pra cá
Ajudando a organizar 
Os carros e as escolas a desfilar

É um amigo de longa data
Que mostra em seu coração
Sua fé e dedicação
Ao Divino Espirito Santo.

Do amigo Paulo Pinhal

Quem perde e quem ganha ?

Quem perde e quem ganha ?

Existe vários estudos comprovados de que quando você urbanisticamente analisa o Mapa da Violência (locais onde mais ocorrem conflitos) e o Mapa da Cultura (Locais onde existem equipamentos e atividades culturais) e faz o cruzamento entre os dois, fica claro que onde existem equipamentos e atividades culturais o índice de violência é baixo ou nem existe, pelo contrario os lugares mais violentos da cidade são desprovidos de atividades culturais.

Podemos afirmar que fazer cultura é reduzir a violencia urbana.

No episódio do SESC e do Casarão do Chá me fica a pergunta: Quem esta ganhando com isto ?

O laranja escolhido que foi cooptado por alguém ou algum partido de oposição, pois as suas respostas são as mesmas e pelo texto se vê que ele esta sendo instruido e falando de fazer a coisa certa de acordo com a justiça.

A justiça anda meio desacreditada em nosso País, pois os nossos maiores representantes da justiça não são bons exemplos de conduta. Acabam legislando em causa própria e assistimos sem esperança as decisões que mexem com a vida de todo o povo brasileiro.

Por outro lado vemos como a cultura é tratada, onde para conseguir alguma coisa ainda temos que recorrer da ajuda do governo, pois nas últimas décadas a “politica de ignorancia geral” tem imperado. A sociedade teve uma lavagem cerebral com relação a cultura e hoje não sabe aceitar um classico ou seja: Uma ópera é chata e um fuck é legal.

A cultura abraça todas as linguagens em todos os níveis e é por meio dela que conhecemos as civilizações passadas. E por meio da cultura passada é que sabemos que é muito mais fácil controlar uma geração que pensa igual e que as reações são previsiveis: 1+1=2. Com conhecimento e cultura as reações são variaveis e imprevisiveis, tornando mais complicado de controlar: 1+1= 3 ou 4.

Quanto mais cultura para o povo mais dificil de controle pelos nossos governantes.

SESC em Mogi

Um trabalho que vem sendo construido na cidade, com várias audiencias públicas e manifestos espontãneos dos cidadãos. Uma ideia que só vai trazer benefícios para toda a cidade, criando oportunidades de acesso a cultura alem de contribuir para um aumento de atividades e empregos na cidade. Não podemos deixar que interesses politicos em nome de um “Justiça” acabem com esta oportunidade.

No passado tivemos situação semelhante com o VLT, (Veiculo Leve de Transporte de Jundiapeba a Cesar de Souza), e hoje sentimos que falta faz. Quem decidiu na época nem andava de transporte coletivo.

Casarão do Chá

Um ícone da arquitetura japonesa no Brasil que estava abandonada e que por mais que se envolvessemos colocando plásticos no telhado para não cair, não conseguiamos fazer progredir. Com o envolvimento da família Nagatani e a Associação do Casarão do Chá, acompanhamos os trabalhos que ocorreram com muita dedicação da família e pela vontade de restaurar um monumento.

Mais da metade dos mogianos não conhecem e os que conhecem ficam surpresos com a qualidade da obra e pela conservação que a associação vem fazendo.

Mais uma vez, em nome de uma “justiça” e uma “ nova politica” querem criar motivos para que sejam canceladas os cuidados que a Associação vem praticando com muita dificuldade. Imagino que as pessoas envolvidas nem conhecem o local e suas dificuldades de sobrevivencia. Mas como vai dar ibope, acabam encontrando meios de atrapalhar a vida de quem quer praticar a cultura na cidade.

O Casarão do Chá, palco de atividades nacionais e internacionais não deixa de ser um atrativo para o Turismo da cidade que contribui para a geração de empregos e consumo em nossa cidade.

Para mim entendo que quem sairá ganhando com esta justiça serão os “oportunistas de plantão” que tem bons salaríos pagos por nós, que tem o filho estudando no exterior e que só faz turismo internacional e ainda reclama que o brasileiro é sem educação.

Entendo a luta do nosso Secretario de Cultura Mateus Sartori e apoio o seu trabalho, pois em suas gestão e acões conseguiu elevar o número de pessoas com acesso a cultura. Entendo que para ele o SESC sera uma ferramenta para que tenhamos mais pessoas acessando a cultura e é claro com o Casarão do Chá temos mais uma obra importante preservada e um ponto turistico a mais contribuindo para o nosso municipio.

Se a “justiça” impedir este dois instrumentos, podemos dizer que a Violencia Urbana ganha.

Pessoal, me desculpe o desabafo, mas o que esta em jogo neste momento não são só a vinda do SESC e a preservação do Casarão do Chá. O que esta em jogo é o nosso direito de pensar, conhecer,refletir e o respeito pela vontade de todos nós que participamos das audiencias públicas.

Paulo Pinhal.

SESC – Onde amarrar o burro ?

SESC – Onde amarrar o burro ?

No começo do século passado, em Mogi das Cruzes, lá pelos anos 1901, tinha um terreno que ficava nos arredores do Convento do Carmo e Igreja, onde era comum o pessoal amarrar cavalos e burros.

Dizem que houve manifestos, pois no local onde paravam os animais, um grupo liderado pelo Capitão Joaquim de Mello Freire, resolveu mediante uma sociedade de ações, a construção de uma casa de espetáculos adequada para estes fins. Com o terreno cedido pela Câmara Municipal, nascia assim o Theatro Vasques com o apoio financeiro do comerciante, Sr. Olegário Paiva.


O Theatro Vasques teve seus dias de auge, e por falta de uma Politica cultural, caiu em desuso, onde em 1906 já se pensava em dar outro destino para aquele espaço. Em 1908 se transformou em um Cinematografo Kaurt, com poucas peças, em 1922 veio Companhia Nacional de Ópera Lyrica, que também não vingou e depois em 1927, começaram os shows musicais com cantores como Vicente Celestino, Celeste Reis e outros, entrando novamente em decadência. Em 1935 se transforma em Paço Municipal, funcionando a Câmara Municipal até 1937, fechada e reaberta novamente em 1948 como Câmara Municipal.

Resumindo, Mogi das Cruzes ficou de 1935 até 1980 sem um Teatro Municipal.
Faço um paralelo entre as histórias Theatro Municipal e SESC, pois a promessa da vinda do SESC para Mogi das Cruzes representa um instrumento que tem Politicas Culturais há décadas. O que difere de nossa cidade que nos últimos anos, por falta desta Politicas Cultural, muitos projetos acabaram ficando pelo caminho. Já estamos acostumados a ver a Secretaria de Cultura ser um espelho de seu Secretario.


Hoje temos o competente Secretario Mateus Sartori que deu outro ritmo e impulso para a Cultura de Mogi das Cruzes, mas o que acontece quando ele não estiver mais a frente da Secretaria. Não sabemos e nem temos garantias de nada, por falta de pratica de Politicas Culturais.


Com relação ao local do SESC, vejo como uma escolha técnica, levando em considerações a facilidade de acesso do transporte público e serviços oferecidos na região. Torço para que venham logo, pois será um grande aliado para que possamos implantar Politicas Culturais eternas.

Paulo Pinhal.

Pichação é Arte ?

Pichação é Arte ?


A reportagem do jornalista Lucas Meloni do O Diário de Mogi, no último dia 05 de abril de 2017, mostra a existência de Pichações por toda a cidade de Mogi das Cruzes. Não somos privilegiados, pois todas as cidades da Região Metropolitana estão contaminadas com esta “Arte Proibida”.


A pichação é Arte!. Pode não ser de agrado de todos, mas dentro do contexto contemporâneo, já são consideradas Artes. Tanto que em 2012, Pichadores Paulistas foram convidados a pichar dentro da Bienal de Berlim. Existia um espaço destinado às pichações, mas os Pichadores decidiram transgredir esta norma e escalaram as paredes internas do edifício que era uma igreja, deixando também ali suas mensagens, para desespero do curador da Bienal, que acabou recebendo um banho de tinta. A polícia foi acionada pela segurança, mas o próprio público interveio em favor dos brasileiros.


A reportagem é oportuna, pois a sociedade deve abrir um debate sobre este tipo de “Arte marginal” que serve tanto para que bandidos se comuniquem, bem como pessoas viciadas em “adrenalina” exponha a sua marca ou o seu pensamento para a cidade.


Existiu na cidade um trabalho desenvolvido pela Denise Anderi, que trabalhava o artista pichador para que ele se convertesse em grafiteiro, pois como vemos nas pichações, muitas vezes os rabiscos não tem nenhum sentido, a não ser a própria transgressão. Mas com mudança de gestão e politica cultural, este projeto que começava a colher frutos foi encerrado.


Quem quiser entender um pouco mais deste universo de Pichação, deve assistir o filme “O Pixo“ do Diretor Roberto T. Oliveira, que é um documentário onde mostra até advogado fazendo parte da tribo de pichadores.


Sou totalmente contra a pichação, pois tenho propriedades que foram pichadas e sei bem o que é amargar prejuízos com reparos e pintura, no entanto, é preciso trazer este assunto para a tona da sociedade, para que juntos possamos entender e encontrar soluções para que toda esta energia possa ser transferida para alguma coisa útil à sociedade.

Paulo Pinhal.

CECAP 10 anos

cecap

CECAP 10 ANOS

Em 2006, eu e meu irmão Roberto conseguimos comprar o Casarão da centenária Rua Boa Vista, que pertenceu aos meus avós e onde fomos criados com muita união e festas entre os familiares.

Estávamos pensando em dar um fim cultural familiar para que pudessem manter acesa a chama da união da família e exemplos que meus avós nos deram. Sempre gostei de resgatar histórias.

Em setembro de 2006 começamos a reforma do Casarão, quando um vizinho me perguntou o que eu pretendia fazer na edificação e eu respondi que seria uma casa de cultura. Daí ele saiu com a frase: Um Centro Cultural!

Como arquiteto tinha consciência do que é um Centro Cultural, pois sempre freqüentei alguns e o meu espaço era muito pequeno para tamanha pretensão. Mas ao mesmo tempo, por falta de um tão sonhado Centro Cultural para a nossa cidade, resolvi adotar o nome de Centro Cultural como provocação à Prefeitura, pela incompetência de ter uma população na época de mais de 300.000 habitantes e não ter um espaço cultural decente para os artistas.

O nome seria Centro Cultural Antonio do Pinhal – CECAP, homenageando o meu avô e o espaço teria a missão de criar público para um futuro Centro Cultural Municipal.

No dia 15 de dezembro de 2006, fizemos a inauguração para a família emocionando quando mostramos a exposição de fotos das bodas de ouro de meus avós.

Precisava conteúdo e os recursos eram próprios e poucos. Abri mão de muitas viagens nacionais e internacionais e outras privações para que pudéssemos manter atividades no espaço.

Pelo reconhecimento da falta de recurso e pelo sonho de criar atividades culturais, sempre tivemos simpatia da mídia. O Diário de Mogi, o Mogi News, o Jornal A Semana, a Radio Metropolitana, a TV Mogi News, Teve Diário, TV Fato e outras mídias que aos poucos fomos aprendendo a se comunicar e ter receptividade em nossa divulgação.

Devo muito a mídia, pois sempre nos atendeu com presteza, ajudando a valorizar as atividades que desenvolvemos nestes 10 anos.

Aos poucos fomos fazendo exposições, cursos, debates culturais, palestras, filmes, festivais de mangas, Saraus, Show acústicos, feiras de artesanato e Teatro, tudo acontecendo em um espaço minúsculo.

O CECAP é um grande professor para entender como funciona as relações sociais, a amizade, a solidariedade e também os lados sombrios como os aproveitadores e pessoas mal intencionadas. Aprendemos a lidar com as várias situações, que só me fez crescer como ser humano, ao mesmo tempo, aprendi a valorizar as qualidades e habilidades das pessoas.

Vimos nestes 10 anos muita coisa boa, muitas histórias de amor, de sucesso e de compreensão e de solidariedade.

Em 2017 teremos muitas atividades comemorativas dos 10 anos de atividades sem apoio financeiro da Prefeitura, Estado e União. Chegamos até aqui e temos ainda um horizonte inteiro para descobrir.

Obrigado a todas as pessoas que já passaram pelo CECAP, que participaram e participam das atividades que oferecemos e pelo carinho daqueles que mesmo não freqüentando, nos vê com carinho e admiração e até nos incentivam a continuar nesta jornada.

2017 – Ano 10 do CECAP o nosso sucesso também é seu.

O peixe

Feliz aquele que tem uma história para contar.

A data não sei precisar, mas o que me contaram que foi na época em que o meu Avô Antonio do Pinhal colocou o Portão da chácara do Barão de Jaceguai e que depois veio a ser a entrada do Cine Parque na Rua Dr. Ricardo Vilela em Mogi das Cruzes.

O meu avô com 24 anos de idade se casou com a minha avó Adelaide que tinha 14 anos. Começo de vida nova, quando um amigo necessitado e sem condições para criar os filhos acabou pedindo para o meu avô que o ajudasse a criar um filho. E assim o meu avô assumiu um garoto com 8 anos chamado Inocêncio. E assim começou uma vida nova com duas crianças em casa.

Tem uma história da família que é quando o meu avô chegou em sua casa para almoçar, e encontrou a minha avó e o filho de criação chorando. Surpreso ele questiona o porquê da choradeira e minha avó contou que eles deixaram a mistura do almoço que era um peixe em cima da pia e estavam brincando quando perceberam que o gato havia comido.

Meu avô deu um sermão nos dois e acabou indo no Mercadão comprar outro peixe.

Paulo Pinhal.

Curso de História da Arte do Século XX – CECAP

Curso de história da Arte do Século XX

O Colégio de Arquitetos – Centro de Estudos de Arquitetura e Fomento Cultural, é uma associação sem fins lucrativos, onde consta no item 3 de seu estatuto: “Fomentar a arte e a cultura, em toda as suas formas de expressões”. Constam ainda em ata que desde do dia 09 de outubro de 2008, que o Colégio de Arquitetos passou a ser o sucessor e mantenedor do CECAP – Centro Cultural Antonio do Pinhal. A associação não dispõe de recursos financeiros oferecido pelas administrações: municipais, estaduais e federais, sendo que existem atividades gratuitas e outras cobradas para gerar recursos para as despesas gerais de funcionários, limpezas, manutenção do espaço e pagamentos de impostos.

Entre as atividades gratuitas, esta o projeto “Curso de História da Arte do Século XX.” que vem funcionando desde janeiro de 2009, com participação de profissionais da área do jornalismo, pedagogia, artes, teólogos e arquitetura. Encontros freqüentes para debates sobre os principais movimentos artísticos que aconteceram entre os anos de 1901 a 2000 para ter uma compreensão do que vem a ser a arte contemporânea e seus caminhos, alem de convidar artistas da região para conhecer seus trabalhos, seus pensamentos, inspirações, seu processo criativo de forma a compreender melhor o seu lugar dentro do contexto artístico.