Quem perde e quem ganha ?

Quem perde e quem ganha ?

Existe vários estudos comprovados de que quando você urbanisticamente analisa o Mapa da Violência (locais onde mais ocorrem conflitos) e o Mapa da Cultura (Locais onde existem equipamentos e atividades culturais) e faz o cruzamento entre os dois, fica claro que onde existem equipamentos e atividades culturais o índice de violência é baixo ou nem existe, pelo contrario os lugares mais violentos da cidade são desprovidos de atividades culturais.

Podemos afirmar que fazer cultura é reduzir a violencia urbana.

No episódio do SESC e do Casarão do Chá me fica a pergunta: Quem esta ganhando com isto ?

O laranja escolhido que foi cooptado por alguém ou algum partido de oposição, pois as suas respostas são as mesmas e pelo texto se vê que ele esta sendo instruido e falando de fazer a coisa certa de acordo com a justiça.

A justiça anda meio desacreditada em nosso País, pois os nossos maiores representantes da justiça não são bons exemplos de conduta. Acabam legislando em causa própria e assistimos sem esperança as decisões que mexem com a vida de todo o povo brasileiro.

Por outro lado vemos como a cultura é tratada, onde para conseguir alguma coisa ainda temos que recorrer da ajuda do governo, pois nas últimas décadas a “politica de ignorancia geral” tem imperado. A sociedade teve uma lavagem cerebral com relação a cultura e hoje não sabe aceitar um classico ou seja: Uma ópera é chata e um fuck é legal.

A cultura abraça todas as linguagens em todos os níveis e é por meio dela que conhecemos as civilizações passadas. E por meio da cultura passada é que sabemos que é muito mais fácil controlar uma geração que pensa igual e que as reações são previsiveis: 1+1=2. Com conhecimento e cultura as reações são variaveis e imprevisiveis, tornando mais complicado de controlar: 1+1= 3 ou 4.

Quanto mais cultura para o povo mais dificil de controle pelos nossos governantes.

SESC em Mogi

Um trabalho que vem sendo construido na cidade, com várias audiencias públicas e manifestos espontãneos dos cidadãos. Uma ideia que só vai trazer benefícios para toda a cidade, criando oportunidades de acesso a cultura alem de contribuir para um aumento de atividades e empregos na cidade. Não podemos deixar que interesses politicos em nome de um “Justiça” acabem com esta oportunidade.

No passado tivemos situação semelhante com o VLT, (Veiculo Leve de Transporte de Jundiapeba a Cesar de Souza), e hoje sentimos que falta faz. Quem decidiu na época nem andava de transporte coletivo.

Casarão do Chá

Um ícone da arquitetura japonesa no Brasil que estava abandonada e que por mais que se envolvessemos colocando plásticos no telhado para não cair, não conseguiamos fazer progredir. Com o envolvimento da família Nagatani e a Associação do Casarão do Chá, acompanhamos os trabalhos que ocorreram com muita dedicação da família e pela vontade de restaurar um monumento.

Mais da metade dos mogianos não conhecem e os que conhecem ficam surpresos com a qualidade da obra e pela conservação que a associação vem fazendo.

Mais uma vez, em nome de uma “justiça” e uma “ nova politica” querem criar motivos para que sejam canceladas os cuidados que a Associação vem praticando com muita dificuldade. Imagino que as pessoas envolvidas nem conhecem o local e suas dificuldades de sobrevivencia. Mas como vai dar ibope, acabam encontrando meios de atrapalhar a vida de quem quer praticar a cultura na cidade.

O Casarão do Chá, palco de atividades nacionais e internacionais não deixa de ser um atrativo para o Turismo da cidade que contribui para a geração de empregos e consumo em nossa cidade.

Para mim entendo que quem sairá ganhando com esta justiça serão os “oportunistas de plantão” que tem bons salaríos pagos por nós, que tem o filho estudando no exterior e que só faz turismo internacional e ainda reclama que o brasileiro é sem educação.

Entendo a luta do nosso Secretario de Cultura Mateus Sartori e apoio o seu trabalho, pois em suas gestão e acões conseguiu elevar o número de pessoas com acesso a cultura. Entendo que para ele o SESC sera uma ferramenta para que tenhamos mais pessoas acessando a cultura e é claro com o Casarão do Chá temos mais uma obra importante preservada e um ponto turistico a mais contribuindo para o nosso municipio.

Se a “justiça” impedir este dois instrumentos, podemos dizer que a Violencia Urbana ganha.

Pessoal, me desculpe o desabafo, mas o que esta em jogo neste momento não são só a vinda do SESC e a preservação do Casarão do Chá. O que esta em jogo é o nosso direito de pensar, conhecer,refletir e o respeito pela vontade de todos nós que participamos das audiencias públicas.

Paulo Pinhal.

SESC – Onde amarrar o burro ?

SESC – Onde amarrar o burro ?

No começo do século passado, em Mogi das Cruzes, lá pelos anos 1901, tinha um terreno que ficava nos arredores do Convento do Carmo e Igreja, onde era comum o pessoal amarrar cavalos e burros.

Dizem que houve manifestos, pois no local onde paravam os animais, um grupo liderado pelo Capitão Joaquim de Mello Freire, resolveu mediante uma sociedade de ações, a construção de uma casa de espetáculos adequada para estes fins. Com o terreno cedido pela Câmara Municipal, nascia assim o Theatro Vasques com o apoio financeiro do comerciante, Sr. Olegário Paiva.


O Theatro Vasques teve seus dias de auge, e por falta de uma Politica cultural, caiu em desuso, onde em 1906 já se pensava em dar outro destino para aquele espaço. Em 1908 se transformou em um Cinematografo Kaurt, com poucas peças, em 1922 veio Companhia Nacional de Ópera Lyrica, que também não vingou e depois em 1927, começaram os shows musicais com cantores como Vicente Celestino, Celeste Reis e outros, entrando novamente em decadência. Em 1935 se transforma em Paço Municipal, funcionando a Câmara Municipal até 1937, fechada e reaberta novamente em 1948 como Câmara Municipal.

Resumindo, Mogi das Cruzes ficou de 1935 até 1980 sem um Teatro Municipal.
Faço um paralelo entre as histórias Theatro Municipal e SESC, pois a promessa da vinda do SESC para Mogi das Cruzes representa um instrumento que tem Politicas Culturais há décadas. O que difere de nossa cidade que nos últimos anos, por falta desta Politicas Cultural, muitos projetos acabaram ficando pelo caminho. Já estamos acostumados a ver a Secretaria de Cultura ser um espelho de seu Secretario.


Hoje temos o competente Secretario Mateus Sartori que deu outro ritmo e impulso para a Cultura de Mogi das Cruzes, mas o que acontece quando ele não estiver mais a frente da Secretaria. Não sabemos e nem temos garantias de nada, por falta de pratica de Politicas Culturais.


Com relação ao local do SESC, vejo como uma escolha técnica, levando em considerações a facilidade de acesso do transporte público e serviços oferecidos na região. Torço para que venham logo, pois será um grande aliado para que possamos implantar Politicas Culturais eternas.

Paulo Pinhal.

Pichação é Arte ?

Pichação é Arte ?


A reportagem do jornalista Lucas Meloni do O Diário de Mogi, no último dia 05 de abril de 2017, mostra a existência de Pichações por toda a cidade de Mogi das Cruzes. Não somos privilegiados, pois todas as cidades da Região Metropolitana estão contaminadas com esta “Arte Proibida”.


A pichação é Arte!. Pode não ser de agrado de todos, mas dentro do contexto contemporâneo, já são consideradas Artes. Tanto que em 2012, Pichadores Paulistas foram convidados a pichar dentro da Bienal de Berlim. Existia um espaço destinado às pichações, mas os Pichadores decidiram transgredir esta norma e escalaram as paredes internas do edifício que era uma igreja, deixando também ali suas mensagens, para desespero do curador da Bienal, que acabou recebendo um banho de tinta. A polícia foi acionada pela segurança, mas o próprio público interveio em favor dos brasileiros.


A reportagem é oportuna, pois a sociedade deve abrir um debate sobre este tipo de “Arte marginal” que serve tanto para que bandidos se comuniquem, bem como pessoas viciadas em “adrenalina” exponha a sua marca ou o seu pensamento para a cidade.


Existiu na cidade um trabalho desenvolvido pela Denise Anderi, que trabalhava o artista pichador para que ele se convertesse em grafiteiro, pois como vemos nas pichações, muitas vezes os rabiscos não tem nenhum sentido, a não ser a própria transgressão. Mas com mudança de gestão e politica cultural, este projeto que começava a colher frutos foi encerrado.


Quem quiser entender um pouco mais deste universo de Pichação, deve assistir o filme “O Pixo“ do Diretor Roberto T. Oliveira, que é um documentário onde mostra até advogado fazendo parte da tribo de pichadores.


Sou totalmente contra a pichação, pois tenho propriedades que foram pichadas e sei bem o que é amargar prejuízos com reparos e pintura, no entanto, é preciso trazer este assunto para a tona da sociedade, para que juntos possamos entender e encontrar soluções para que toda esta energia possa ser transferida para alguma coisa útil à sociedade.

Paulo Pinhal.

CECAP 10 anos

cecap

CECAP 10 ANOS

Em 2006, eu e meu irmão Roberto conseguimos comprar o Casarão da centenária Rua Boa Vista, que pertenceu aos meus avós e onde fomos criados com muita união e festas entre os familiares.

Estávamos pensando em dar um fim cultural familiar para que pudessem manter acesa a chama da união da família e exemplos que meus avós nos deram. Sempre gostei de resgatar histórias.

Em setembro de 2006 começamos a reforma do Casarão, quando um vizinho me perguntou o que eu pretendia fazer na edificação e eu respondi que seria uma casa de cultura. Daí ele saiu com a frase: Um Centro Cultural!

Como arquiteto tinha consciência do que é um Centro Cultural, pois sempre freqüentei alguns e o meu espaço era muito pequeno para tamanha pretensão. Mas ao mesmo tempo, por falta de um tão sonhado Centro Cultural para a nossa cidade, resolvi adotar o nome de Centro Cultural como provocação à Prefeitura, pela incompetência de ter uma população na época de mais de 300.000 habitantes e não ter um espaço cultural decente para os artistas.

O nome seria Centro Cultural Antonio do Pinhal – CECAP, homenageando o meu avô e o espaço teria a missão de criar público para um futuro Centro Cultural Municipal.

No dia 15 de dezembro de 2006, fizemos a inauguração para a família emocionando quando mostramos a exposição de fotos das bodas de ouro de meus avós.

Precisava conteúdo e os recursos eram próprios e poucos. Abri mão de muitas viagens nacionais e internacionais e outras privações para que pudéssemos manter atividades no espaço.

Pelo reconhecimento da falta de recurso e pelo sonho de criar atividades culturais, sempre tivemos simpatia da mídia. O Diário de Mogi, o Mogi News, o Jornal A Semana, a Radio Metropolitana, a TV Mogi News, Teve Diário, TV Fato e outras mídias que aos poucos fomos aprendendo a se comunicar e ter receptividade em nossa divulgação.

Devo muito a mídia, pois sempre nos atendeu com presteza, ajudando a valorizar as atividades que desenvolvemos nestes 10 anos.

Aos poucos fomos fazendo exposições, cursos, debates culturais, palestras, filmes, festivais de mangas, Saraus, Show acústicos, feiras de artesanato e Teatro, tudo acontecendo em um espaço minúsculo.

O CECAP é um grande professor para entender como funciona as relações sociais, a amizade, a solidariedade e também os lados sombrios como os aproveitadores e pessoas mal intencionadas. Aprendemos a lidar com as várias situações, que só me fez crescer como ser humano, ao mesmo tempo, aprendi a valorizar as qualidades e habilidades das pessoas.

Vimos nestes 10 anos muita coisa boa, muitas histórias de amor, de sucesso e de compreensão e de solidariedade.

Em 2017 teremos muitas atividades comemorativas dos 10 anos de atividades sem apoio financeiro da Prefeitura, Estado e União. Chegamos até aqui e temos ainda um horizonte inteiro para descobrir.

Obrigado a todas as pessoas que já passaram pelo CECAP, que participaram e participam das atividades que oferecemos e pelo carinho daqueles que mesmo não freqüentando, nos vê com carinho e admiração e até nos incentivam a continuar nesta jornada.

2017 – Ano 10 do CECAP o nosso sucesso também é seu.

O peixe

Feliz aquele que tem uma história para contar.

A data não sei precisar, mas o que me contaram que foi na época em que o meu Avô Antonio do Pinhal colocou o Portão da chácara do Barão de Jaceguai e que depois veio a ser a entrada do Cine Parque na Rua Dr. Ricardo Vilela em Mogi das Cruzes.

O meu avô com 24 anos de idade se casou com a minha avó Adelaide que tinha 14 anos. Começo de vida nova, quando um amigo necessitado e sem condições para criar os filhos acabou pedindo para o meu avô que o ajudasse a criar um filho. E assim o meu avô assumiu um garoto com 8 anos chamado Inocêncio. E assim começou uma vida nova com duas crianças em casa.

Tem uma história da família que é quando o meu avô chegou em sua casa para almoçar, e encontrou a minha avó e o filho de criação chorando. Surpreso ele questiona o porquê da choradeira e minha avó contou que eles deixaram a mistura do almoço que era um peixe em cima da pia e estavam brincando quando perceberam que o gato havia comido.

Meu avô deu um sermão nos dois e acabou indo no Mercadão comprar outro peixe.

Paulo Pinhal.

Curso de História da Arte do Século XX – CECAP

Curso de história da Arte do Século XX

O Colégio de Arquitetos – Centro de Estudos de Arquitetura e Fomento Cultural, é uma associação sem fins lucrativos, onde consta no item 3 de seu estatuto: “Fomentar a arte e a cultura, em toda as suas formas de expressões”. Constam ainda em ata que desde do dia 09 de outubro de 2008, que o Colégio de Arquitetos passou a ser o sucessor e mantenedor do CECAP – Centro Cultural Antonio do Pinhal. A associação não dispõe de recursos financeiros oferecido pelas administrações: municipais, estaduais e federais, sendo que existem atividades gratuitas e outras cobradas para gerar recursos para as despesas gerais de funcionários, limpezas, manutenção do espaço e pagamentos de impostos.

Entre as atividades gratuitas, esta o projeto “Curso de História da Arte do Século XX.” que vem funcionando desde janeiro de 2009, com participação de profissionais da área do jornalismo, pedagogia, artes, teólogos e arquitetura. Encontros freqüentes para debates sobre os principais movimentos artísticos que aconteceram entre os anos de 1901 a 2000 para ter uma compreensão do que vem a ser a arte contemporânea e seus caminhos, alem de convidar artistas da região para conhecer seus trabalhos, seus pensamentos, inspirações, seu processo criativo de forma a compreender melhor o seu lugar dentro do contexto artístico.

Respeito às Artes Plásticas

Respeito às Artes Plásticas

Artigo escrito em agosto de 2010

Mogi das Cruzes é uma cidade com tradições nas artes plásticas, embora grande parte dos mogianos não a conheça ou não valorizem. Começamos com a iconografia dos Bandeirantes que esta baseada pela pintura de Jean Baptiste Debret na obra “Soldados índios de Mogi das Cruzes combatendo os botocudos”, publicada em seu livro “Viagens pitoresca e histórica ao Brasil” de 1835. O que é considerado a única referencia do vestuário dos Bandeirantes, onde aparece o gibão que figura em nosso Brasão.

A imortalização das bandeirinhas de  Volpi, inspiradas nas festas de São João de Mogi, o artista Chang Dai-Chien, que viveu na Cidade, cuja vida e obra foram uma a imagem da outra, colocando suas obras expressionistas entre os maiores pintores chineses. Existem tantos outros artistas plásticos que viveram e ainda vivem em Mogi, e que fizeram suas expressões ultrapassarem as fronteiras da cidade e do país.

 Artistas que vivem no anonimato da Cidade fazendo sucesso no exterior e que nem mesmo a Secretaria de Cultura e seus departamentos sabem.

Entendemos que por mais que haja esforços por parte da Secretária da Cultura, ela não consegue atingir a classe dos artistas plásticos da Cidade, pois como sabemos, existe a falta de uma Política Cultural ampla e a falta de escutar e executar as determinações do Conselho de Cultura Municipal constituído, fazendo com que alguns segmentos das artes fiquem as margens do processo cultural e artístico da Cidade.

Considerando que a administração esta em contagem regressiva para os 450 anos da Cidade, é importante o resgate dos artistas plásticos que por aqui passaram ou viveram, atendendo as reivindicações dos artistas por um local especifico para exposições das artes plásticas.

A Criação de uma Pinacoteca Municipal, que é um local específico para exposições de artes plásticas na Cidade, é o desejo dos artistas, dos cidadãos e uma obrigação moral para a Administração executar nas comemorações dos 450 anos.

Paulo Pinhal

Bancários em greve

Artigo escrito em Setembro de 2016

BANCÁRIOS EM GREVE

O ser humano é fácil de ser manipulado…

Quem ganha e quem perde com uma paralisação dos Bancários?

Se pensar um pouco quem sai ganhando desta é o “Banqueiro”, pois tudo leva crer que os Sindicatos já estão macunados com os Banqueiros, pois a cada greve é possível testar a eficiência de todos os sistemas que existem on-line ou outras formas para que as pessoas possam resolver os seus problemas de Bancos.

A cada greve mais e mais gente acaba aprendendo a lidar com caixas eletrônicos e pagamentos via internet ou celular, fazendo com que quando voltar as atividades normais comecem a ir menos ás agencias.

Com menos gente nas agencias existe o fator de readequação interna dos Bancos, que acabam desligando funcionários (demissão) aos poucos por conta de não ser mais necessário nas agencias.

Se os sindicatos quisessem resolver os problemas dos bancários, poderiam pedir para que os bancários fossem mais eficientes nos atendimentos provando o quanto é necessário para o sistema.

Mas como eu disse, os bancários estão de Maria vai com as outras e acham que estão causando.

Quem sofre neste processo são as pessoas humildes que tem um dinheirinho e que ainda acreditam que tudo se resolve em agencia.

Estas coisas precisam mudar. Para mim todos os Sindicatos já estão viciados.

Paulo Pinhal

Museu de artes de Mogi

Alguns anos atras fizemos uma campanha para que Mogi das Cruzes tivesse um espaço adequado e respeitado para as exposições dos artistas da cidade e região e até mesmo receber trabalho de fora da cidade.

Obtivemos sucesso que culminou no atual Centro Cultural de Mogi das Cruzes e esta poesia foi escrita na época da campanha em 2010.

Eu quero um Museu de Artes para Mogi

Eu quero um Museu…

Eu quero dois Museus…

Eu quero quantos Museus puderem…

Mas este Museu tem que ser “vivo”…

Que as pessoas participem…

Que não dependa de gestão política…

Eu quero dentro dele as artes…

Plásticas, música, cênicas, poesias e outras…

Um Museu com pessoas…

Não quero cabide de emprego…

Não quero um depósito de objetos…

Quero um Museu que pela necessidade de sobrevivência…

Funcione.

Paulo Pinhal

Manifesto a favor da arte em Mogi das Cruzes.

Manifesto a favor da arte em Mogi das Cruzes.

Artigo escrito em 07 de novembro de 2013.

Considero um momento histórico, pois é a primeira vez que acontece em Mogi das Cruzes uma audiência pública para tratar de assunto sobre a arte e a cultura.

Meu respeito a todos os artistas presentes e assim como cidadãos, pagam seus impostos e que sobrevivem em uma cidade que os marginalizam e desrespeitam por pura ignorância.

Mogi das Cruzes, cidade com mais de 400 mil habitantes e com um orçamento anual que já ultrapassa o bilhão, tem o azar de ter administradores que não entende o que é Política Cultural e nem o que é arte e sua importância para a sociedade.

Existem inúmeros estudos científicos sociais provando que onde existem instrumentos e atividades culturais, os índices de violências urbanas diminuem ou desaparecem. A sociedade culturalmente evoluída é participativa e civilizada.

Se tivéssemos uma Política Cultural que não fosse de gestões, talvez os filhos e netos dos nossos administradores e políticos entenderiam a importância de valorizar o artista e sua arte.

A arte é a forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio.

Muitas pessoas dizem não ter interesse pela arte e por movimentos ligados a ela, porém o que elas não imaginam é que a arte não se restringe as pinturas ou esculturas, também pode ser representada por formas mais populares, como a música, o cinema e a dança. Essas formas de arte são praticadas em todo o mundo, em diferentes culturas.

As artes hoje são divididas:

1ª Arte – Música;
2ª Arte – Dança / Coreografia;
3ª Arte – Pintura;
4ª Arte – Escultura;
5ª Arte – Teatro;
6ª Arte – Literatura;
7ª Arte – Cinema;
8ª Arte – Fotografia;
9ª Arte – Histórias em Quadrinhos;
10ª Arte – Jogos de Computador e de Vídeo;
11ª Arte – Arte digital.

O Museu de artes no prédio da Telefônica

Quando saímos com a idéia da transformação de um edifício desleixado e subutilizado para a transformação em um Museu de artes, tivemos pelas redes sociais manifestações na ordem de 30 mil pessoas, quer seja compartilhando, curtindo ou comentando, mas em sua maioria apoiando a idéia da criação do Museu de artes para a cidade.

Por causa desta manifestação pública é que nasceu um grupo para a criação do futuro Museu e por meio de debates, a maioria registrados pelos jornais da cidade, acabamos elaborando uma proposta para um Museu que fosse autossuficiente e que sua gestão não estivesse atrelada a gestão municipal, por entender que ela deveria ter vida própria por meio de uma Fundação.

A proposta foi apresentada para o Prefeito em exercício, que elogiou a iniciativa o qual “prometeu” esforços para atender aos anseios dos cidadãos e dos artistas.

Apresentamos também proposta para uma “Praça das artes” de baixo custo de implantação em frente ao Prédio da Telefônica que não dependia de nenhuma negociação, somente da Prefeitura e que não houve interesse sem nenhuma explicação. 

Por muitos meses ficamos no aguardo e cobrando um posicionamento do andamento do processo junto à administração pública, onde o que ouvíamos é que a Telefônica tinha vendido para a Vivo e que ninguém sabia quem poderia decidir sobre o patrimonio. Houve um esfriamento nas intenções também por conta da reeleição.

Considerando as condições precárias que os artistas têm para as exposições quer seja em Praças sem nenhuma infraestrutura, em supermercados, em corredores do shopping e outros locais alternativos, os artistas nunca deixaram de pressionar para ter um espaço e este vem com o clamor da população e não como um favor para a arte e seus artistas.

Chegamos a fazer contato com a Fundação Telefônica que é uma das mantenedoras do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e que aqui em Mogi das Cruzes, poderia ser uma filial para que pudéssemos ter uma Pinacoteca de qualidade na região trazendo recursos com o turismo e ao mesmo tempo valorizando os nossos artistas.

Desde o principio, pensamos em um Museu de artes com gestão própria, onde as atividades desenvolvidas gerariam recursos, fazendo com que ele se tornasse dinâmico para a sua própria sobrevivência. Um modelo bem distante dos Museus estáticos que temos na cidade e que depende de recursos públicos para sua sobrevivência, tornando um depósito de objetos e um cabide de empregos.

Agora que estamos na reta final para a conquista do espaço, aparecem os interesses imediatistas de recuperar erros do passado e aproveitar a atual gestão para tentar resolver tudo, visando mais um marketing para futuras eleições.

Sem um planejamento mais profundo e uma consulta pública, é apresentada uma proposta de utilização do espaço como Biblioteca e posteriormente pela pressão nas redes sociais, como um espaço “multicultural” para acalmar os ânimos de alguns.

A Biblioteca Municipal e seu “pobre” acervo já andaram para muitos lados e hoje esta em um prédio que não atende as suas necessidades, pois é o reflexo dos nossos administradores que erraram e estão prestes a errar novamente.

Transferir a Biblioteca para o prédio da Telefônica é mais um arranjo para liberar espaço em um prédio e ocupar espaço em outro não importando que atividade que acontece dentro.

O Edifício da Telefônica não tem estrutura para uma Biblioteca séria, pois como sabemos um livro pesa umas 500 gramas e quando colocamos um acervo de 100 mil ou 200 mil livros que é um número razoável para a população de Mogi, onde se multiplicarmos o numero de livros pelo seu peso, dá uma sobrecarga que pode vir a comprometer a estrutura do edifício.

A Melhor solução para a nossa biblioteca seria o aproveitamento dos Galpões da CMTC as margens da Avenida Francisco Rodrigues Filho, sugeridos para os artistas como Centro Cultural, ou melhor, ainda se a administração enxergasse um pouco mais alem como propõe o Planejamento para 2050, que é a descentralização da Biblioteca Municipal em bairros que facilitaria o acesso para grande número de cidadãos, alem de ajudar a reduzir o número de pessoas na área central. Um exemplo é o “Farol do Saber” em Curitiba que são um sucesso.

É chegado a hora da arte e do artista mogiano ter a sua casa. Já perdemos muitos artistas ao longo da nossa história e deixamos de criar oportunidades para tantos outros de se projetarem no mundo das artes, trazendo divisas para a cidade.

O prédio da Telefônica tem vocação para ser um Museu de Artes e este é o momento de realmente o nosso Prefeito cumprir com sua promessa e entrar para a história, pois afinal é preciso reparar este erro histórico.

Para finalizar, nós os amantes da arte e da cultura e os artistas estamos fazendo um trabalho que ficará para a história, onde peço que registrem este momento por meio de pinturas, esculturas, musicas e literaturas.

Acredito que no futuro se a nossa voz não for ouvida seremos mais lembrados dos que os nossos gestores, por esta luta pela a Cultura de nossa cidade.

Muito obrigado.

Paulo Pinhal

Curador do CECAP